“Custos de produção como diferencial estratégico” foi o tema da terceira palestra realizada nesta quinta-feira, dia 17 de fevereiro, dentro da programação da 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. Foram palestrantes o engenheiro agrônomo e sócio da Safras & Cifras, Alessandro Azevedo Acosta, e o advogado, produtor rural e diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) João Batista Camargo Gomes. O moderador da palestra foi o engenheiro agrônomo e produtor rural no município de Camaquã (RS), José Carlos Gross.
Acosta destacou em sua palestra três variáveis que, segundo ele, garantem a viabilidade econômica de uma propriedade, que são: custos de produção, preço médio de vendas e produtividade. Trouxe uma projeção de custos desembolsados na safra 2021/2022, separando em operação e insumos, no valor de R$ 9.326 mil por hectare, onde os principais impactos foram os defensivos e a irrigação, basicamente a energia elétrica. Disse ficar preocupado quando é falado em redução de custos com insumos. “É preciso olhar o tripé da viabilidade da propriedade e pensar em um melhor momento de compra”, afirmou, destacando que para a safra 2021/2022 a projeção é finalizar com 64% dos custos voltados para a operação e 36% para os insumos.
A integração de culturas também foi abordada por Acosta. Segundo ele, a lavoura de soja integrada com a de arroz absorve parte dos custos de produção. “Portanto, além de contribuir com o incremento de produtividade na lavoura de arroz, a soja vai ajudar na redução de custos e também com o fluxo de caixa da propriedade”, salientou.
O diretor comercial do Irga, João Batista Camargo Gomes, apresentou o comparativo entre os levantamentos de custos das lavouras no Rio Grande do Sul nos anos 2020/2021 e 2021/2022, e uma projeção para 2022/2023. Conforme o advogado e produtor rural, as principais diferenças se dão na adubação de base e cobertura, pois houve grande variação no preço dos fertilizantes praticados no começo e no fim do segundo semestre do ano passado. “De R$ 4 mil por hectare em julho, verificamos um aumento para R$ 5,5 mil em dezembro”, disse.
Em um gráfico, Gomes apresentou os preços do arroz, calculados pelo Irga e pelo Cepea, em queda, quando comparados aos custos globais da lavoura. Ele recomendou que os produtores se organizem e se apoiem em análises de dados, que desenvolvam um custo próprio e que trabalhem com integração lavoura-pecuária. “Todo produtor deve ter consciência e pensar nisso e nada é mais certo do que produzir mais por hectare plantado”, concluiu.
O moderador do painel afirmou que o tema abordado é um dos mais importantes das lavouras e, ao mesmo tempo, um dos mais polêmicos. José Carlos Gross observou que o painel se propôs a mostrar um custo que usa normas para sua execução e tenta atingir o maior número de produtores. “Cada produtor tem o seu custo, mas tentamos aqui fazer uma média geral”, colocou.
A 32ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas segue até amanhã, sexta-feira, na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), em formato híbrido com atividades presenciais e on-line. A organização é da Federarroz com correalização da Embrapa e patrocínio Premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Foto: Paulo Rossi/Divulgação
Texto: Rejane Costa e Ieda Risco/AgroEffective