Painéis sobre gestão abrem programação de palestras da Abertura da Colheita do Arroz


A programação do auditório Frederico Costa na 34ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, que iniciou nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, iniciou com o Painel “Casos de Sucesso em Gestão”. Os painelistas foram o presidente da Randoncorp,  Daniel Randon, e o fundador e Gestor da Terra Boa Agrícola, Tiago Librelotto Rubert. O painel teve como moderadores o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, e o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira. Velho deu as boas vindas a todos e destacou a gestão no agronegócio como um debate central do evento.

O presidente da Randoncorp, Daniel Randon, abriu o painel destacando a pertinência do tema. “Debater gestão me deixa à vontade. Acredito que todo o negócio tem os seus desafios e  esses desafios mudam a todo momento, a partir dos impactos econômicos, sociais e políticos que vivenciamos. Mas precisamos estar preparados, principalmente porque vivemos em um mundo em que tudo acontece de forma acelerada e as mudanças são constantes”, ressaltou. Randon acrescentou que, por isso, a excelência na gestão é parte fundamental para atender os clientes dentro do propósito. “Precisamos olhar com atenção para a governança, para as inovações e novas tecnologias e para as pessoas”, concluiu.

Já o fundador e gestor da Terra Boa Agrícola, Tiago Librelotto Rubert, falou sobre Gestão Empresarial na Atividades Rural. Ele destacou ser consenso que o agronegócio passa por um momento delicado com incertezas e, sendo assim, é fundamental criar uma estrutura que esteja preparada para enfrentar esses desafios e que a gestão é indissociável neste processo no sentido da durabilidade dos negócios.  “Começamos com uma área pequenPainéis sobre gestão abrem programação de palestras da Abertura da Colheita do Arroza em Cruz Alta, que depois veio evoluindo e entendemos que, após dois anos, a irrigação deveria fazer parte,” informou.

Segundo Rubert, a aposta em intensificar a irrigação veio após frustrações de safras. Hoje , ele tem 18% da área irrigada. “Eu sempre digo que quando o produtor tem 10% de área irrigada em terras altas é um aprendizado. Quando chega a 20% você tem a garantia de produzir em uma parte da propriedade e quando passa de 30% de irrigação, começa a ter rentabilidade”, explicou.

Gestão de negócios com foco na máxima eficiência
Focar na máxima eficiência econômica. Esta foi a ideia comungada pelos participantes do segundo painel realizado nesta quarta-feira, e que teve como tema a “Gestão para a Máxima Eficiência Econômica na Propriedade Rural”.  Os painelistas foram o produtor rural nas Fazendas Ressaco, com propriedades em Mostardas (RS) e no Uruguai, Pedro Velho, e o diretor da Foco Rural, Flávio Cazarolli. O mediador foi o Superintendente do Senar, Eduardo Condorelli.

Pedro Velho trouxe sua experiência como produtor e destacou que a percepção do timing do negócio é muito importante porque, na maioria das vezes, isso pode ser traiçoeiro. “O timing do nosso negócio é atípico, por exemplo, você vai plantar em outubro para colher em abril e vender só no final do ano. Temos essa peculiaridade e precisamos entender isso”, explicou. O produtor rural salientou que o fluxo de caixa e o resultado devem ser analisados de forma distinta. “O fluxo de caixa é contínuo, pois é fundamental ter dinheiro em caixa a curto, médio e longo prazo, porém, o resultado vai depender do orçamento, pois antes da venda é necessário saber quanto será o lucro”. Velho também ressaltou que “cerca de 10% dos produtores rurais trabalham com fluxo de caixa a médio e longo prazo e que isso precisa mudar”.

Nessa mesma linha, Flávio Cazarolli complementou que conceitualmente a eficiência econômica está focada em trazer o máximo de resultado com o menor recurso. “O principal é o produtor dominar o fluxo de recursos do negócio e gostar de números”, sugeriu. Cazarolli lembrou que o balanço é uma análise da saúde financeira do negócio e que é fundamental trabalhar os ativos e passivos. “Muita gente não dá importância, mas o passivo é muito importante. Ele é a origem do dinheiro que vem de terceiros. Bancos, credores e outros parceiros comerciais. É o crescimento do capital próprio que mostra o desenvolvimento do meu negócio”, concluiu.

E por falar em gestão de negócios, Eduardo Condorelli ressaltou que ainda há muito a crescer nesse quesito. “O mote deste painel é o foco da gestão de nossos negócios com foco na máxima eficiência econômica, ou seja, a obtenção de lucro é como se mede o resultado que atingimos como gestores de negócios”. O superintendente do Senar lembrou que “independentemente da cadeia produtiva, somos produtores de dinheiro quando decidimos ser empresários, pois temos que ter resultados financeiros”.

A 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e correalização da Embrapa e do Senar, com patrocínio Premium do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Fotos: Carlos Queiroz/Divulgação | Texto: Artur Chagas e Leandro Prade/AgroEffective

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