Tecnologias otimizam recursos na operação e gestão da propriedade rural


A palestra “Tecnologias e Inovação nas Propriedades Rurais – Um Caminho sem volta” reuniu os participantes da programação da 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, em Capão do Leão (RS) na tarde desta quinta-feira, 17 de fevereiro. O evento presencial, também com transmissão on-line, teve início com a explanação da diretora da Sementes Rancho King, Betania Longaray Fonseca, mediado por Luís Fernando Cavalheiro Pires, advogado, produtor rural e assessor da Presidência da Farsul.

“Se o produtor quer permanecer no negócio é preciso ouvir sobre as novas tecnologias, o que elas podem fazer para aumentar a eficiência da produção, da competitividade e da rentabilidade que é o que o produtor mais deseja”, explicou antes do início da palestra. Nesta direção, a diretora da Sementes Rancho King acrescentou no evento que estava na Abertura Oficial da Colheita do Arroz como uma porta-voz de “muitas mentes e muito trabalho” sobre os resultados da gestão da empresa, com infinitas trocas de ideias para as melhorias das propriedades.

Betânia detalhou algumas iniciativas do dia-a-dia e experimentos para otimizar os recursos diários. “Qualquer implantação de tecnologia, ou seja, qualquer inovação na propriedade, é um processo de mudança que necessita de etapas para serem cumpridas. Muitas vezes se pularmos as etapas podemos não ter o sucesso que desejamos. E a primeira situação é percebermos a necessidade de mudança”, apontou, acrescentando  o engajamento das equipes e treinamento, combinados com o monitoramento dos resultados e ajustes também como fases essenciais. “Isso é normal, é comum e acontece”, alertou sobre a busca pela eficiência nas operações.

De acordo com a diretora da Sementes Rancho King, técnicas simples e efetivas são praticadas na empresa. “As oportunidades já estavam postas na mesa, mas a pandemia nos trouxe a otimização de recursos para nós utilizar. Nós já fizemos um projeto piloto com imagens de satélite e não funcionou muito bem porque as imagens chegavam a cada vinte dias e o arroz não tem esse tempo para tomarmos uma atitude. Então, no momento, os drones vão começar a ser efetivos. Com relação a captação de carbono essa vai ser uma realidade nas nossas propriedades, a certificação veio para ficar. Análise de nutrientes de solos e plantas também vamos começar a utilizar uma tecnologia desenvolvida por uma startup com a Embrapa em um equipamento na fazenda”, detalhou, chamando a atenção que a grande ferramenta da tecnologia é a gestão. “Somente com a gestão eu consigo entender quais são os meus limitadores de produtividade e é assim na nossa fazenda, pouco a pouco. O produtor rural tem vários pontos importantes para fazer essa gestão. Temos poucos níveis hierárquicos, temos o conhecimento de toda a atividade desenvolvida o que facilita também para buscarmos soluções. Mas o produtor rural também desenvolve inúmeras atividades. Ele é comercial, TI, RH. Ele é tudo. Está dentro da operação”, acrescenta.

Por sua vez, o engenheiro mecatrônico e fundador da Arnstronic, Antônio Arns, que é produtor rural na cidade de Uruguaiana, falou de tecnologias que desenvolveu para auxiliar a família no controle do negócio e aliviar gargalos da orizicultura. Segundo ele, ao sobrevoar as lavouras, detectou problemas e gerou mapas de alta resolução com o total da área plantada e da área irrigada. “Como mapa de ontem, conseguimos medir o problema na lavoura de hoje e corrigi-lo para atingir o potencial produtivo. Ele também destacou que, muitas vezes, é a gestão que traz barreiras ao tema irrigação, e não uma falha na ação do colaborador. “O arrozeiro que quer maior sustentabilidade no arroz, quer limpar suas áreas e é preciso produzir mais com menos e garantir eficiência, economia ambiental e social”, finalizou.

Já em sua fala, o Engenheiro de Automação e fundador da startup Green Next, Lucas Cardoso, destacou a importância das universidades levarem novas tecnologias ao campo e que falta conectá-las aos produtores. Ele desenvolveu a empresa em parceria com outros colegas da Universidade Federal do Rio Grande e, mais recentemente, criou um projeto de engajamento dos estudantes de Engenharia de Automação para que possam resolver problemas como a necessidade de dar um posso passo na automação na coleta de informações de bombas, acionamento remoto de bombas de irrigação e correlação de informações de bomba. Ao final, anunciou o lançamento, em parceria com a Federarroz, de um aplicativo que reúne todas as soluções apresentadas pela Green Next, que poderá ser baixado e utilizado integralmente, de forma gratuita, até o final da lavoura de arroz deste ano, chamado MeuHidra.

A 32ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas segue até sexta-feira, dia 18 de fevereiro, na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), em formato híbrido com atividades presenciais e on-line. Além das palestras, a programação conta com vitrines tecnológicas, feira, homenagens e ato da Abertura Oficial. A organização é da Federarroz com correalização da Embrapa e patrocínio Premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Foto: Carlos Queiroz/Divulgação
Texto: Larissa Mamouna e Ieda Risco/AgroEffective

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